segunda-feira, 29 de maio de 2023

Aula 19 - Campanha Acidente Zero

“Cada pessoa, é uma pessoa insubstituível”, esta "pessoa” tem nome próprio. Não há ninguém disponível para se machucar, assim como não há ninguém que não se importe em sua morte. O fundamento desta campanha é a prevenção do acidente para manter a segurança e saúde, com a participação total, para que ninguém se machuque ou saia ferido.
A Campanha visa formar o ambiente de trabalho vivificado, onde é respeitada a filosofia do respeito humano onde “cada pessoa, é uma pessoa insubstituível”. É não permitir que aconteça nenhum acidente de trabalho, dando importância a cada pessoa que trabalha, pelo ponto de vista do próprio trabalhador. 
É a participação total para a resolução dos problemas e dos perigos que ameaçam a segurança e saúde no trabalho, visando o objetivo extremo de Acidente Zero e doença ocupacional zero, através da prevenção de segurança e saúde. 
A Campanha Acidente Zero está baseado nos três princípios, que são: “zero”, “prevenção” e “participação”.
1 - O princípio do Zero
O “zero” não é a satisfação somente por não haver nenhum acidente com morte ou nenhum funcionário em licença causado por acidente. É a intenção de anular os acidentes, desde a do trabalho às doenças de ocupação, inclusive os acidentes de trânsito, detectando, compreendendo e resolvendo os perigos (problemas) escondidos no local de trabalho ou no próprio trabalho, assim como no dia-a-dia de cada trabalhador.
2 - O princípio da prevenção
“Prevenção” tem o objetivo extremo de Acidente Zero e doença ocupacional zero, para concretizar um local de trabalho mais alegre e vivificado. É prevenir a causa dos acidentes, desde a do trabalho às doenças de ocupação, antes de agir, detectando, compreendendo e resolvendo os perigos (problemas) escondidos no local de trabalho ou no própio trabalho, assim como no dia-a-dia de cada trabalhador.
3 - O princípio da participação
“Participação” é a prática das atividades de detectar, compreender e resolver o perigo (problema) escondido no local de trabalho ou no próprio trabalho, com a cooperação unida de todos os funcionários, staffs, responsável pelo controle, e o gerente da empresa, cada um em seus determinados postos e posições. E deve ser praticado por auto-motivação ou espontaneamente.
Formas de praticar a Campanha Acidente Zero
Os métodos como o treinamento de prevenção de perigos e a indicação falada dos itens de atenção – que são a preocupação em prol da segurança – são as habilidades concretas para se desenvolver no local de trabalho, e tem a finalidade de pôr em prática a filosofia do respeito humano, da Campanha Acidente Zero. E, quando estas atividades são executadas de forma unificada, são consideradas atividades de prevenção de perigos.
A - Treinamento de prevenção de perigos KYT
Treinamento de prevenção de perigos (KYT) - (KYT (K: kiken (perigos), Y: yoti (prevenção), T: training (treinamento))
Para o treinamento, faça a demonstração utilizando um esboço desenhado das condições do local de trabalho ou as condições do próprio serviço, e se necessário for, faça a demonstração com o próprio objeto ou até mesmo no próprio local, de como ou onde está escondido a “causa do perigo” (as condições ou atitudes de insegurança, que tem a possibilidade de se tornar causa de desastres ou acidentes trabalhistas) e mostre os “efeitos” que possam desencadear (as formas de acidentes). Demonstre a forma como está sendo executado o trabalho, ou faça com que o próprio trabalhador demonstre como está trabalhando; forme pequenos grupos de funcionários (pode ser uma pessoa só para auto-questionamento) para pensarem juntos, debaterem, e entenderem quais os pontos de perigo e decidir o objeto de atividade, indicação falada em coro’, ou indicação falada apontando os pontos de conferência. Estes são os treinamentos para preocupar-se com a segurança.
O Treinamento de prevenção de perigos é executado de diversas formas baseado em Método 4 round básico KYT e reuniões breves:Treinamento STK de instrução de serviço, que é direcionados ao nível de responsável pelo serviço, KY Individual; KY Questionado; KY de um ponto, pela equipe; SKYT; KYT de uma pessoa; KYT com cartão de auto-questionamento; Método 4 round por uma pessoa; KYT de trânsito; KYT de reunião; KYT com exemplo de desastres/acidentes, etc.
*STK (S:sagyo(serviço), T:team (time), K:kiken yoti (prevenção de perigos))
*SKYT (Short Time (tempo curto) KYT)

Figura 01 - Indicação falada
O método 4 round básico KYT é a base de todos estes métodos, é desenvolvido através da análise de uma ilustração do ‘local’ de ou da ‘condição’ de trabalho, através do qual, os membros da equipe devem discutir com franqueza “que perigo está escondido” e passar gradativamente por 4 estágios visando a resolução dos problemas, que são:
1º. Round (Estar a par da situação) Que tipo de perigo está escondido?
2º. Round (Investigar a essência, natureza real) Este é o ponto de perigo.
3º. Round (Estabelecimento das contramedidas) O que você faria?
4º. Round (Estabelecer o objeto) Este é o ponto de perigo.
Figura 02 - Indicação falada
O KYT, faz com que se torne mais aguçada, a sensibilidade em relação aos riscos e captar como perigo, faz com que partilhem as informações em relação ao perigo e com isso, eleva a capacidade de resolução do problema através de discussão em reuniões. Além disso, efetuar indicação falada dos perigos em cada ponto importante do trabalho visa aumentar a concentração. É um método que fortalece o incentivo à prática, em um trabalho de equipe.
B - Indicação falada
Denomina-se indicação falada, o ato de esticar o braço e indicar os pontos importantes de conferência, e dizer em voz alta e claramente “○○○○,Yoshi!” (“○○○○, Conferido!”), para prosseguir o trabalho com segurança e sem erros.
Figura 03 - Indicação falada
A indicação falada é um meio usado para mudar o nível de conscientização, faz clarear e normalizar a conscientização, e aumenta a segurança e a exatidão do trabalho. É uma atividade a praticar com a participação de todos, para garantir a segurança reforçando a filosofia do respeito humano, que se solidifica pela primeira vez quando é desenvolvido a nível empresarial.
De acordo com o resultado da pesquisa realizada em 1994, pela Fundação Instituto de Análise Ferroviário, comparando-se o efeito de quando “não se faz nada” e de quando se faz a “indicação falada”, há visível redução na incidência de erros no trabalho, chegando até em um percentual de incidência abaixo de 1/6.
Disponível em : << https://www.jniosh.go.jp/icpro/jicosh-old/english/zero-sai/por/index.html>>

© Direitos de autor. 2014: Gomes; Sinésio Raimundo. Última atualização: 31/07/2015

segunda-feira, 22 de maio de 2023

Aula 18 - Diagrama de causa e efeito – Ishikawa ou espinha de peixe

O Diagrama de causa e efeito, também conhecido como diagrama de Ishikawa ou espinha de peixe é uma ferramenta utilizada para a análise de dispersões no processo. O nome Ishikawa tem origem no seu criador, Kaoru Ishikawa que desenvolveu a ferramenta através de uma idéia básica: Fazer as pessoas pensarem sobre causas e razões possíveis que fazem com que um problema ocorra.
Para montar o diagrama de Ishikawa, faz parte do procedimento reunir as pessoas em time para realizar um braimstorming (tempestade de idéias) de forma a levantar as causas raízes que originam um problema. Em virtude desta função, o diagrama de Ishikawa também pode ser denominado como diagrama de causa e efeito. O diagrama, quando elaborado, assemelha-se a uma espinha-de-peixe, motivo pelo qual ele também é conhecido por este nome.
O diagrama espinha-de-peixe é uma das 7 ferramenta da qualidade utilizada para o gerenciamento do controle de qualidade e sua composição leva em consideração de que as causas do problemas podem ser classificadas em 6 tipos diferentes de causas principais que afetam os processos (Método, Máquina, Medida, Meio Ambiente, Mão-de-Obra, Material). Justamente pelo motivo da denominação das 6 causas principais iniciarem com a letra M, também pode ser chamado de 6M’s. 
Figura 1 – Diagrama de Ishikawa.
Vejamos então o significado de cada M:
Método – É método utilizado para executar o trabalho ou um procedimento.
Matéria-prima – A matéria prima utilizada no trabalho que pode ser a causa de problemas.
Mão de Obra – A pressa, imprudência ou mesmo a falta de qualificação da mão de obra podem ser a causa de muitos problemas.
Máquinas – Muito problemas são derivados falhas de máquinas. Isto pode ser causado por falta de manutenção regular ou mesmo se for operacionalizada de forma inadequada.
Medida – Qualquer decisão tomada anteriormente pode alterar o processo e ser a causa do problema.
Meio Ambiente – O ambiente pode favorecer a ocorrências de problemas, está relacionada neste contexto a poluição, poeira, calor, falta de espaço, etc.
Existe ainda um sétimo M que tem o origem na palavra em inglês Management que por sua vez está relacionado à gestão. Importante ressaltar que nem todos os M’s necessariamente devem ser utilizados, pois em alguns casos, certos Ms podem não ser aplicáveis. A idéia de tentar “encaixar” todos os M’s seria permitir à equipe pensar em todas as possibilidades e visualizar outros fatores que podem impactar no problema. Isto evita com que o time fique focado somente em uma causa principal.
Como exemplo, seria a situação em que um brainstorming é executado somente por pessoas com experiência em manutenção de máquinas, que naturalmente tenderia a fazer com que a equipe pensasse somente em causas relacionadas a máquina, se não utilizado o diagrama de Ishikawa.
Como se faz um diagrama de causa e efeito
Definir o problema: o primeiro passo é definir um problema. Para tanto, evite ser genérico na definição do problema, prefira definir o problema de forma objetiva e em termos de qualidade que possa ser mensurável.
Criar a espinha de peixe e marcar o problema que será analisado: faça um traço na horizontal e marque a direita deste traço o problema que foi definido, em perpendicular a este traço, aplique os 6Ms.
Reúna a equipe: este é o momento de gerar um brainstorm sobre o problema levando em consideração a estrutura dos 6Ms. É interessante participar deste brainstorming pessoas que estão relacionadas com o problema e de outras áreas, com diferentes perspectivas que agregam valor neste momento.
Analise as causas e fatores atrelados a estas e planeje ações: faça uma análise das causas de forma a detectar causas que impactam mais no problema e quais seriam as soluções propostas. Após isto, planeje um plano de ações definindo os responsáveis e o prazo para cada ação.

© Direitos de autor. 2014: Gomes; Sinésio Raimundo. Última atualização: 31/07/2015

segunda-feira, 15 de maio de 2023

Aula 17 - Ciclo PDCA


O Ciclo PDCA é uma ferramenta de gestão muito conhecida na administração geral. Ele visa controlar e melhorar os processos e produtos de uma forma contínua, uma vez que não possui intervalos, nem interrupções.
Surgiu em 1930, com Walter Shewhart que apresentou um ciclo (PDCA) aplicável sobre a administração da qualidade, entretanto, foi somente ao longo dos anos 50, através de William Edwards Deming e suas palestras no Japão, que o Ciclo PDCA se tornou amplamente conhecido ao redor do mundo.
O ciclo PDCA tem por objetivo a melhoria contínua das etapas de um processo e busca o aperfeiçoamento dos processos de uma empresa, identificando as causas de seus problemas e implementando soluções para os mesmos. É importante ressaltar que devido a ferramenta se fundamentar em um ciclo, todo o seu processo é formado por atividades planejadas e recorrentes, com a teoria de que ele não possui um fim pré-determinado.
O ciclo PDCA tem seu início pela etapa de planejamento (Plan), nessa etapa o objetivo é focar na parte estratégica do ciclo, ou seja, no levantamento e análise das informações. Em seguida ocorre a execução (Do), onde tudo aquilo previamente planejado é executado,
gerando a necessidade de avaliar a qualidade do que está sendo feito e nos levando à etapa do processo de checagem (Check). Nessa etapa temos a verificação de tudo o que foi feito, comparando o que havia sido planejado com o resultado final e com consequentes problemas e falhas que possam ter ocorrido durante o processo. Por fim, toda essa análise implica na necessidade de ação (Act) e na correção dos problemas e divergências encontradas. Segue abaixo uma análise minuciosa de cada etapa do Ciclo PDCA:
1 - P = (Plan / Planejamento): Primeira etapa do ciclo. Deve-se estabelecer um plano com base nas diretrizes da empresa, estabelecendo também os objetivos, os caminhos e os métodos a serem seguidos. Depois é feita a identificação e correção dos problemas encontrados, através de uma ação corretiva eficiente. Nesta parte, constam os items descritivos do problema, as questões que se pretendem responder, as predições dessas questões (palpite sobre algo) e o desenvolvimento de um plano de ação.
2 - D = (Do / Executar): Significa colocar o planejamento em prática, isto é, executar o plano de ação previamente elaborado na etapa de planejamento do Ciclo PDCA, de modo rigorosamente de acordo com o planejamento préestabelecido. No caso, com a condução do plano, as mudanças no processo e as observações sobre o mesmo, devem ser coletados também os dados para a verificação do processo na próxima etapa do ciclo;
3 - C = (Check / Checagem): É a terceira etapa do Ciclo PDCA. Nela deve-se avaliar o que foi feito durante a etapa de execução, fazendo comparações e identificando as diferenças entre o planejado e o que foi realizado. Devemos verificar o que foi aprendido durante a execução do plano, comparando os resultados com as predições que foram feitas na etapa de planejamento. Sendo assim, conseguimos observar se foram alcançados os objetivos ou não. (verificação dos padrões de qualidade);
4 - A = (Act / Ação): É a realização das ações corretivas, que visam a correção das falhas encontradas durante o processo. Após a correção ser realizada, deve-se repetir o ciclo. É nessa etapa que o ciclo reinicia dando continuidade ao processo de melhoria contínua. Resumindo, é através da análise crítica do Ciclo PDCA que se estabelece um plano de ação definitivo para implementação das atividades a serem executadas após os estudos do ciclo.
É importante lembrarmos que as mudanças implementadas pelo Ciclo PDCA possuem dois tipos a serem considerados, que são: as mudanças reversíveis e as mudanças irreversíveis.
As alterações reversíveis de um processo, são as mudanças que podemos retornar ao estágio inicial, ou seja, ao seu estado de origem. São aquelas que mesmo tendo ocorrido, podem ser revertidas sem deixar nenhum vestígio no sistema ou processo, como por exemplo, alterações num determinado procedimento. Já as mudanças irreversíveis, são as alterações que uma vez implementadas nunca mais poderão ser desfeitas (o estágio anterior não pode mais ser atingido). Nós podemos citar, as alterações na estrutura organizacional de uma empresa como um exemplo de mudança irreversível.
Considerado uma das primeiras ferramentas de gestão da qualidade, o Ciclo PDCA permite de forma otimizada e contínua a análise e controle sobre os mais diversos processos existentes numa empresa. Essa ferramenta é um método amplamente aplicado para aumentar a confiabilidade e a eficiência das atividades de uma organização. Com sua metodologia de gestão baseada em quatro passos, o ciclo é considerado uma das mais simples dentre as sete ferramentas da qualidade.
Seu modelo intuitivo é realmente fácil de aplicar e traz ganhos reais para toda e qualquer empresa que fizer uso dele. No geral, devemos lembrar que o PDCA se trata de um ciclo e, portanto, deve continuamente "rodar". Para isso acontecer, todas as suas fases devem ocorrer sem exceção, pois a omissão de uma das fases (qualquer uma) pode causar prejuízos e falhas no processo como um todo. Sendo assim, ao fazer uso do Ciclo PDCA você deve evitar tomar atitudes como: fazer sem planejar; parar após o ciclo completar uma volta; fazer e não checar; planejar, fazer, checar, mas não agir corretivamente; definir metas e não ter o pessoal preparado para executá-las ou definir metas, mas não saber os métodos para atingi-las.
Além de induzir melhoramentos e otimizar as diretrizes de controle, o Ciclo PDCA parte do pressuposto de que as coisas podem sempre melhorar além do parâmetro em que já se encontram. Por isso, deve-se sempre estar atento aos possíveis desvios e estratificações de baixa qualidade em relação ao planejamento pré-elaborado.
Caso isso ocorra, a equipe que esteja aplicando o PDCA deverá agir de modo a manter o andamento do ciclo ao máximo dentro do que fora planejado, a fim de sustentar sua eficiência em relação ao melhoramento dos processos organizacionais. Vale lembrar também, que para aumentar as vantagens do ciclo, o mesmo pode ser utilizado em conjunto com as outras ferramentas da qualidade.
Em resumo, cada vez que um problema é identificado e solucionado, o processo trabalhado pelo Ciclo PDCA passa para um novo patamar de qualidade, uma vez que os problemas que antes afligiam o processo em questão passam a ser vistos como oportunidades de melhorias sobre o mesmo. Este ciclo permite integrar as etapas de modo relativamente simples, já que sua utilização pode acontecer em qualquer processo organizacional (não necessariamente em processos de negócios). Quando se trata exclusivamente de processos de negócios, o Ciclo PDCA auxilia na integração das etapas produtivas, envolvendo gestores e colaboradores em geral, tornando eles responsáveis pela qualidade de um processo específico.
Sendo assim, conseguimos entender que essa ferramenta da qualidade proporciona, de forma qualitativa, melhorias em qualquer processo na qual seja utilizada. Podemos citar ainda que o PDCA pode ser utilizado não somente no ambiente de trabalho, mas também na sua vida pessoal. Vários autores já citaram a possibilidade de utilização do Ciclo PDCA na vida pessoal, e assim como somos treinados para gerir organizações e a extrair para elas os melhores resultados existentes, nada mais conveniente do que usarmos também os recursos da administração em nossas vidas, correto? Sendo assim, não se prenda somente aos âmbitos e aspectos profissionais que a ferramenta transparece, utilize a em benefício próprio também.
Por fim, é importante lembrar que o processo de melhoria contínua deve sempre continuar, não precisando necessariamente ter uma conclusão. O processo de melhoria proporcionado pelo PDCA deve ter por base as ações corretivas do ciclo primário, por isso, sempre ao final de cada ciclo deve-se iniciador um novo circuito, tendo em vista uma melhoria ainda mais específica do processo e de suas etapas. Teoricamente esse é o grande segredo do sucesso do Ciclo PDCA, pois as melhorias que ocorrem a partir de outra feita anteriormente ajudam a gerar um processo de qualidade e ao mesmo tempo altamente produtivo para a empresa em si. 
© Direitos de autor. 2015: Gomes; Sinésio Raimundo. Última atualização: 20/08/2015

segunda-feira, 8 de maio de 2023

Aula 16 - 5W2H: Ferramenta para a elaboração de Planos de Ação

Podemos dizer que o 5W2H se trata de uma ferramenta administrativa que pode ser utilizada por toda e qualquer empresa. Sua análise possui a finalidade de auxiliar na elaboração de planos de ação, como uma espécie de check-list que aumenta a clareza do colaborador sobre suas atividades. Ele é considerado uma das técnicas mais eficazes em relação ao planejamento de atividades e elaboração de projetos, sendo amplamente utilizado para organizar o que deve ser feito, distribuindo as funções entre os diversos integrantes de uma equipe. Basicamente, o 5w2h explora as principais questões que envolvem um trabalho, garantindo uma visão controlada e examinada da mesma.
A ferramenta 5W2H surgiu no Japão, criada por profissionais da indústria automobilística durante os estudos sobre a qualidade total.
Devido ao seu envolvimento com a qualidade empresarial, sua metodologia é bastante utilizada nesse meio. O 5W2H atua como um mapa de atividades, estabelecendo o que será feito, quem o fará, em quanto tempo será realizado, qual área da empresa é a responsável e quais os motivos para determinada atividade ser feita. Sua metodologia tem origens nos temos What (o quê), Who (quem), Why (por quê), where (onde), When (quando), How (como) e How Much (quanto) da língua inglesa, que consistem em simples perguntas que servem de apoio ao planejamento das atividades.
5W2H é uma ferramenta para elaboração de planos de ação que, por sua simplicidade, objetividade e orientação à ação, tem sido muito utilizada em Gestão de Projetos, Análise de Negócios, Elaboração de Planos de Negócio, Planejamento Estratégico e outras disciplinas de gestão.
De origem atribuída a diferentes autores, que vai desde os trabalhos de Alan G. Robinson até Aristóteles, essa ferramenta baseia-se na elaboração de um questionário formado por sete perguntas:
Note que a sigla 5W2H origina-se nas letras iniciais das perguntas que devemos realizar. O conceito por trás do termo significa que uma ação é influenciada por sete circunstâncias e que, ao elaborar um plano de ação, devemos responder, de modo formal, às seguintes questões:
O que deve ser feito? (a ação, em si);
Por que esta ação deve ser realizada? (o objetivo);
Quem deve realizar a ação? (os responsáveis);
Onde a ação deve ser executada? (a localização);
Quando a ação deve ser realizada? (tempo ou condição);
Como deve ser realizada a ação? (modo, meios, método, etc);
Quanto será o custo da ação a realizar? (custo, duração, intensidade, profundidade, nível de detalhamento, etc).
Está claro que a ordem dos eventos pode ser alterada de acordo o tipo de evento, de organização, de contratação e etc. Colocamos as ações do plano em ordem cronológica (coluna Data) considerando uma possível dependência entre atividades. Mas essa é apenas uma abordagem.
É possível verificar, também, que as colunas “Custo” e “Local” não são tão úteis nesse caso, por ser um plano simples e por haver pouca variação nessas variáveis. Devemos considerar todas as sete circunstâncias descritas para elaborar o plano de ação, mas em casos em que uma destas circunstâncias seja fixa (como uma mesma data de realização, por exemplo) podemos deixar de representá-la em uma coluna de nossa tabela.
Da mesma forma, pode haver situações em que sejam necessárias ou desejáveis informações adicionais em nossa tabela. Além das circunstâncias normais, previstas na ferramenta 5W2H, podemos adicionar informações não necessariamente ligada às circunstâncias, mas que qualificam a própria ação ou seus resultados.

No exemplo abaixo, baseado na tabela  para levantamento de medições, percebe-se uma correspondência dos nomes dos atributos de medição com as questões do 5W2H:
No exemplo, as perguntas “O quê”, “Por quê”, “Onde”, “Como” e “Quem” são respondidas pelos atributos “Item a medir” + ” O que medir”, “Objetivo da medição”, “Onde medir”,  ”Como será medido” e “Responsável pela medição”, respectivamente.
Note que foram suprimidas as questões “Quando” – visto que a medição deverá ser executada automaticamente pelo processo ou sistema – e “Quanto”, pois não se aplicam a este caso. Também foram adicionados dois atributos de medição que não corresponde a nenhuma das 7 questões da ferramenta: “parâmetro de comparação” e “polaridade do indicador”.
Se você ainda não utiliza 5W2H em suas tarefas diárias, comece a pensar quais os planos de ação você poderia formalizar com esta ferramenta e coloque em prática na primeira oportunidade. Você perceberá que se trata de um excelente modo de formalização do planejamento, detalhamento da ação, comunicação de prazos e responsabilidades. E lembre-se de compartilhar nos comentários as suas experiências e dicas.

Algumas vezes, as empresas excluem o How much e utilizam o 5W1H. Outras vezes, usam o 5W3H, no qual se inclui o How many (quantos).
Todos esses tipos de plano de ação podem ser úteis e o que vai definir qual deles será utilizado é a necessidade de detalhamento exigida pela situação.

© Direitos de autor. 2014: Gomes; Sinésio Raimundo. Última atualização: 31/07/2015

segunda-feira, 1 de maio de 2023

Aula 15 - Como Elaborar um Plano de Trabalho

"O mundo abre as portas para aqueles que sabem onde desejam ir”. Elaborar um plano não garante certeza de sucesso, mas muito contribui para assegurá-lo.
Planejamento implica um esforço sistemático e formal visando aumentar a probabilidade de ocorrerem resultados desejados. Quando planejando simulamos antecipadamente as atividades que deverão ser realizadas e o que deverá ser evitado, condicionando nossa mente em identificar oportunidades e riscos.
Uma amostra de vários projetos, ficou evidente que quanto menos se investiu em planejamento, maior foi o risco de estourar o orçamento. 
Afinal, o que é um Plano? Plano é o detalhamento, passo-a-passo, daquilo que será realizado no decorrer do tempo. 5W2H? As questões clássicas que um plano deve responder são: o que será feito (what), quando (when), onde (where), quem (who), porque (why), como (how) e quanto irá custar (how much).
Disciplina é fundamental, e quanto às incertezas envolvidas, cabe ressaltar a necessidade de alguma flexibilidade, pois planos não devem ser interpretados como trilhos, mas como trilhas. 
Através do plano de trabalho, você destrincha o processo e transforma-o em tarefas alcançáveis, fazendo, então, com que fique mais fácil de identificar aquilo que você almeja.  8 Passos para elaborar um plano de trabalho.
1 - Identifique o propósito do seu plano de trabalho. A maioria dos planos de trabalho são para um determinado período de tempo, isto é, para o bimestre, trimestre, semestre ou para o ano.
Em um projeto pessoal, os planos de trabalho lhe ajudarão a traçar aquilo que pretende fazer, como pretende fazê-lo, e em que data pretende terminar.
2 - Escreva a introdução e o resumo do trabalho. Eles fornecem ao seu supervisor, a informação de que irão precisar para colocar seu plano de trabalho no contexto.
3 - Estabeleça metas e objetivos. As metas devem ser focadas no projeto como um todo. Objetivos devem ser mais específicos e tangíveis.
Objetivos, normalmente, são escritos na voz ativa, utilizando verbos de ação que possuem um significado específico de comando, como: planeje, escreva, aumente, meça.
4 - Considere organizar seu plano de trabalho a partir de objetivos claros e que apresentem um resultado melhor. Inclua em uma tabela, quais são as pessoas e aquilo que irá utilizar para ajudá-las. Defina o tempo limite e especifique uma data final para o projeto.
5 - Anote quais são seus recursos. Inclua tudo aquilo que for necessário para que você alcance suas metas e seus objetivos. No local de trabalho, os recursos podem incluir coisas como o orçamento financeiro e/ou pessoal, consultores, prédios ou salas. Os recursos podem incluir acesso à diferentes bibliotecas, além de livros, acesso aos computadores e à internet, bem como a professores e outras pessoas que possam te ajudar no caso de você ter alguma dúvida.
6 - Quem é responsável por completar cada tarefa? Mesmo que a equipe inteira esteja trabalhando em uma determinada tarefa, somente uma pessoa deve ser responsável por dar conta de entregá-la pronta na data prevista.
7 - Anote os passos específicos a serem seguidos. Identifique aquilo que precisa acontecer a cada dia ou a cada semana para que você alcance seus objetivos. Anote também os passos que você acha que outras pessoas ou que seu time deverão seguir.
8 - Faça com que seu plano funcione para você. Planos de trabalho podem ser tão detalhados e extensos como você gostaria ou precisaria que fossem. 
Um modelo de planejamento para montagem de painéis está disponível em: 14_09_001 Planejamento Montagem Painel.pdf
© Direitos de autor. 2014: Gomes; Sinésio Raimundo. Última atualização: 31/07/2015