segunda-feira, 7 de agosto de 2023

Aula 25 - Inspeção Visual - Máquina Desligada

Figura 01 - Desligar o circuito antes da inspeção visual.
A inspeção visual é uma das técnicas de Engenharia de Manutenção de maior simplicidade em sua realização, e de menor custo operacional. Ela depende do poder de observação do indivíduo e da capacidade técnica do mesmo em compreender o significado da falha ou evento. Por sua simplicidade, não há nenhum processo industrial em que ela não esteja presente, sendo utilizada normalmente na verificação de alterações dimensionais, desgastes, corrosão, deformação, alinhamento, trincas e outros...
Atualmente, existem no mercado câmeras digitais de grande capacidade para armazenamento de fotos e de excelente resolução gráfica, tais câmeras, permitem a confecção de relatórios que demonstrarão as ocorrências do meio industrial, sendo um meio eficaz para registro e confecção de históricos de manutenção, bem como de suporte para análise e tomadas de decisão; podendo ser, ainda, empregada como um meio para realização de Manutenção Preditiva.
Figura 02 - Bloquear o circuito antes da inspeção visual.
Nesse sentido, a Inspeção Visual é um procedimento que ajuda a detectar rapidamente os pontos críticos e/ou problemáticos de uma instalação ou sistema. E, conforme se verá, é um procedimento que exige conhecimento técnico, objetividade e bom senso. O seu principal objetivo é verificar se os componentes e equipamentos de sua planta estão:
• em conformidade com as Normas aplicáveis;
• corretamente selecionados e instalados de acordo com as Normas aplicáveis;
• não danificados visivelmente, de modo a restringir seu funcionamento adequado e sua segurança.
Exemplos de Problemas Detectados por Inspeção Visual
Com o objetivo de demonstrar o emprego desta ferramenta na detecção de falhas, ilustramos, com fotos, exemplos de inspeções visuais realizadas por pessoal técnico de Manutenção.
Figura 02 - Falhas detectadas na inspeção visual.
Caso 1: Emenda em Cabo de Neutro da Instalação, com falha na isolação dentro da bandeja. Risco de Curto-Circuito (figura 1). Ação corretiva: passar fita isolante no local faltante.
Caso 2: Mangueira furada após a reguladora de pressão da máquina (figura 2). Ação corretiva: Cortar a mangueira no vazamento e deslocá-la para o novo ponto. Se o tamanho da mangueira não for suficiente, substituí-la.
Caso 3: Apresentou problema de fuga para terra, ou seja, a isolação de AT passou a conduzir devido à deterioração da mesma pela presença de ácido, vindo a descarregar sobre o terra no ponto indicado pela seta em vermelho na figura 3. A mufla e sua isolação foram refeitas, e a mesma foi afastada do barramento. Pois, ela encontrava-se junto ao barramento (no ponto indicado pela seta em vermelho); salientamos tratar-se de 13,2 kV – não sendo necessário contato direto para haver condução. O problema foi detectado devido ao alto ruído provocado pelo defeito, em uma inspeção visual de rotina.
Caso 4: Disjuntor “jumpeado”, com defeito na Fase S (figura 4). Ação corretiva: substituir o disjuntor. Observação: esta ação é feita em emergência para não parar o equipamento, devendo ser reestabelecida a condição original, o mais breve possível, pois, o equipamento fica sem proteção.
Caso 5: Terminal com mau contato, com presença de oxidação (óxido de cobre, também chamado de “zinabre” (figura 5). Ação corretiva: fazer a limpeza do local, substituir terminal e refazer conexão Observação: foi detectado em uma inspeção visual; neste caso, a Termografia não detectou o problema, pois o painel estava desligado quando da inspeção termográfica.
Figura 03 - Fazer lista de check-up para inspeção visual.
Caso 6: Motivo da Queima do Motor 100 CV (19/11/01) – 6 polos: curto contra a massa. Sendo, portanto, um defeito de isolamento na fabricação do produto. Veja a figura 6. Foi encaminhado para ser rebobinado pela Assistência Técnica do fornecedor do motor (por estar dentro do prazo de garantia do produto), após emissão de laudo técnico sobre a causa da queima.
A inspeção visual pode não apenas servir como um instrumento de Preditiva e análise de equipamentos/componentes, mas também para Emissão de Laudos Técnicos para equipamentos em Garantia que estejam danificados, contribuindo para a não assimilação de custos indevidos na Manutenção (conforme já mostrado em item anterior).
Nos casos de equipamentos/componentes danificados já fora da Garantia, serve como forma de avaliação dos mesmos, ajudando a se tomar medidas preventivas/corretivas para evitar repetições do fato.
Os relatórios baseados nestas inspeções formarão um excelente Histórico de Manutenção, que será de valia para tomadas de decisão referentes a Investimento na Empresa.
Hoje em dia, o grande paradigma na área de Manutenção consiste em evitar que as falhas, quebras, queimas e danos ocorram, não bastando apenas consertar a quebra o mais rápido possível, mas evitando que ela ocorra.
Existem no mercado várias técnicas e ferramentas de Manutenção Preditiva, no entanto, a mais simples e a de menor custo ainda é a Inspeção Visual, e para que esta técnica possa ser aplicada na Manutenção se faz necessário boa capacitação técnica dos profissionais de Manutenção.

O arquivo para inspeção visual elaborado pelo professor Sinésio Gomes tendo com referências o trabalho dos professores Alexandre Rubio e Agnaldo Miranda pode ser baixado em: 16_06_001 Relatório de Inspeção Visual - Máquina desligada .

Informações sobre Motores Elétricos podem ser obtidos no link: Dados técnicos do Motor Elétrico Eberle .

Informações sobre Acoplamentos Flexíveis Gummi podem ser obtidos no link: Acoplamentos Gummi  .

Informações sobre Centrífugas podem ser obtidos no link: Centrífuga de Aplicação Múltipla - Padrão 15-70 .

Referência: Mecatrônica Atual; Ano:11; N° 57; Jul/ Ago – 2012

© Direitos de autor. 2016: Gomes; Sinésio Raimundo. Última atualização: 10/04/2016

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